Um vaso é algum receptáculo para líquidos ou outra substância fluida, feito de material duradouro, sobretudo para uso doméstico, empregado em conexão com o preparo de alimentos ou bebidas. Os vasos eram usados para guardar alimentos e outros itens valiosos.
Também havia um uso metafórico da palavra, conforme se vê por exemplo Paulo em 2 Coríntios 4:7 “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nó”. Os materiais empregados na produção dos vasos são desde a cerâmica comum, das antigas civilizações, até os metais preciosos, o vidro e as pedras ornamentais, como o alabastro (veja Marcos 14:3).
Cestas de vime e odres, feitos de peles de animais, também eram considerados vasos (embora não usemos assim essa palavra). As dimensões variavam desde os pequenos frascos, usados para guardar cosméticos, até grandes jarras, conforme podem ser vistas, em descobertas arqueológicas.
Eram pendurados por meio de cordas. As cestas variavam em suas dimensões, desde aquelas que podiam ser transportadas na cabeça ou no ombro de uma pessoa (Gênesis 40:16; Êxodo 29:3), feitas com o propósito de carregar frutas (Jeremias 24:1,2), ou para levar os utensílios usados pelos pedreiros (Salmos 8:6), até receptáculos com espaço interno tão grande que era suficiente para ali esconder um homem (Atos 9:25; II Coríntios 11:33).
Tipos de Vasos
Abaixo temos uma lista, dada em ordem alfabética, dos principais tipos de vaso.
- Bacias. Eram usadas, principalmente, nas libações, pelo que são frequentemente mencionadas em conexão com os utensílios usados nos rituais do tabernáculo e do templo de Jerusalém (por exemplo, Números 7:13; I Reis 7:42,50), embora também fossem utilizadas em contextos domésticos (II Samuel 17:28; João 13.5).
Batos e Medidas. Esses vocábulos indicavam, respectivamente, medidas para líquidos e para secos. Portanto, não eram tanto receptáculos para guardar coisas, mas serviam como medidas (I Reis 7:26,38; II Crônicas 1:10; Isaías 5:10; no grego, módios: Mateus 5:15 Marcos 4:2; Lucas 11.33). - Cântaros. Esses vasos eram empregados para tirar água dos poços e outros mananciais. Um cântaro podia ser arriado até à água por meio de uma corda presa ao seu cabo. Não há certeza se os cântaros eram feitos de couro ou de madeira (Gênesis 24:14-19; João 4:11).
- Cestos. Além dos trechos de Atos 9:25 e II Coríntios 11:33, conforme já vimos mais acima, poderíamos adicionar aqui aquelas passagens referentes à multiplicação dos pães para os cinco mil e para os quatro mil homens. No primeiro desses casos (Mateus 14:20), encontramos a palavra grega kophinos, um tipo de cesto feito de talos ou de vime, que os judeus costumavam usar para conter alimentos não poluídos pelo contacto com estrangeiros. Juvenal menciona essa palavra ao aludir a judeus que residiam no gueto que ficava fora do Portão Capena, em Roma. Mas curiosamente, na segunda instância (Mateus 15:37), temos uma outra palavra grega, suprts, que descrevia uma cesta grande, em forma de odre, usada pelos gentios. O incidente ali narrado teve lugar em um território ocupado predominantemente por gentios, em Decápolis.
- Copos. A nomenclatura é muito ampla e as distinções são incertas, após a passagem de tantos milênios. É possível, pois, que os estudiosos façam uma certa confusão entre essa palavra e a sétima nesta lista, especialmente no tocante a certos trechos bíblicos. O copo de José, no Egito, era usado em suas adivinhações, algo sobre o que os estudiosos ainda não chegaram a um acordo. Todavia, é possível que esse fosse um antigo costume egípcio, e que José tivesse falado assim para emprestar ao incidente uma atmosfera mais local, embora ele mesmo não usasse tal utensílio com essa finalidade (Gênesis 44:2,4,5). Jeremias faz alusão ao ”copo de consolação que seria oferecido aos que lamentavam (Jeremias 16:7). Também houve o famoso cálice da última Ceia, que não passava de um copo, afinal de contas (Mateus 26:27, I Coríntios 11:25,28, e também se vê na Bíblia um uso figurado desse objeto, em Salmos 23:5; Jeremias. 25:15; João 18:11 e Apocalipse 14:10).
- Odres. Esses vasos eram feitos com peles de animais. Eram usados para transportar água (Gênesis 21:14,15,19), leite (Juízes 4:19) e vinho (Josué 9:4,13; I Samuel 1:24; 10:3; 16:20; II Samuel 16:1). A palavra também é usada em sentido figurado, segundo se vê em Jó 32:19 e Isaías 40:15.
- Pratos. Usualmente, eram postos à mesa, para neles serem servidos alimentos, à hora das refeições. Até hoje, entre os beduínos do deserto, os pratos são grandes e fundos, feitos de bronze. É possível que a tradução “taça de príncipes”, de Juízes 5:25, se refira a isso. Esse objeto foi servido por Jael, mulher de Héber, a Sísera, general dos cananeus. Também é possível que um prato desse tipo tivesse sido usado por ocasião da última Ceia, como também em todas as celebrações da páscoa. Veja Provérbios. 19:24; 26:15 e Mateus 26:23. Esta última referência diz:”E ele (Jesus) respondeu: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá”. Interessante é o uso figurado que se vê, em Eclesiastes 12:6, acerca do cântaro: “…e se quebre o cântaro junto à fonte…” Sem dúvida, isso alude à fragilidade da vida humana. De fato, esse é um tema constantemente repisado nas Escrituras. Veja também I Pedro 1:24,25.
Fonte: O Antigo Testamento Interpretado, RN Champlin. Editora Hagnus.
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