História de Pôncio Pilatos

Pôncio Pilatos (Πόντιος Πιλᾶτος), o procurador romano da Judeia (ou Governador da Judeia) de 26 a 36 d.C. Por motivos políticos, deixou que Jesus fosse crucificado (Mt 27; Lc 13.1). Era cavaleiro e de bom nível socioeconômico. Pouco se sabe de sua carreira antes de 26 d.C., quando foi nomeado pelo imperador Tibério para ser o quinto “prefeito” d a Judeia, o título “procurador ” (ou governador)  foi usado mais tarde. 

Tinha pleno controle da província e do exército de ocupação e o poder de impor ou comutar a pena de morte. Também nomeava os sumos sacerdotes e controlava o templo e seus fundos; tinha a posse das vestes de sumo sacerdote e só as entregava em festas especiais.

Pilatos ganhou ênfase especial na história da igreja devido sua referência tanto no Credo Apostólico, quanto no Credo Niceno.  No Credo Apostólico é dito que Jesus Cristo “padeceu sob Pôncio Pilatos”. No Credo Niceno diz que o Senhor Jesus Cristo foi “crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado”. Duas coisas chamam a atenção. Em primeiro lugar, nos Credos aparece o nome completo do governador romano: Pôncio Pilatos. No Novo Testamento, essa forma mais longa aparece apenas três vezes (Lc 3.1; At 4.27; 1Tm 6.13). Em geral, é apenas “Pilatos”, 52 vezes, no Novo Testamento. Também chama a atenção o fato de que, nos Credos, o padecimento de Cristo é associado unicamente a Pilatos. Não se faz referência ao julgamento de Cristo no tribunal judaico, mas Jesus padeceu também “sob Caifás”.

De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, Pôncio Pilatos teve confronto com os judeus desde o início, levando (temporariamente) a Jerusalém estandartes romanos com a imagem do imperador. Desviou fundos do templo para construir um aqueduto, e a revolta subsequente pode estar ligada às represálias relatadas em Lucas 13. Mais tarde, matou desnecessariamente muitos samaritanos, pelo que foi chamado de volta a Roma para responder inquérito em c. 37 d.C., do qual não se sabe a consequência.

O escritor Filo, do século I, descreveu-o como homem rígido, áspero e vingativo, que usou de suborno, violência e bruta­lidade. O veredicto do NT é que era fraco, pronto para oportunismos em lugar de princípios, e permitiu que Jesus fosse crucificado não por medo dos judeus, mas por medo de desagradar o imperador, caso notícias de mais problemas na Judeia chegassem aos ouvidos de Tibério; isso fica claro em sua zombaria contra os judeus nas palavras da inscrição sobre a cruz de Jesus (Jo 19.19).

Por: Ricardo Moreira Braz do Nascimento

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