Baca (הַבָּכָא), em hebraico, significa “pranto”, esta palavra ocorre na bíblia pela primeira vez, em Salmos 84:6, mas quem em algumas traduções é traduzida para “árido” (por exemplo na Almeida Revista e Atualizada – SBB: “o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva”.
Na Bíblia, essa é a única passagem que se refere a tal vale. Mas o verbo hebraico cognato figura no Antigo Testamento por 114 vezes, sendo traduzido como “chorar”, “queixar-se”, “lamentar-se”, etc. Em algumas traduções esta palavra é traduzida em II Samuel 5:23-24 e I Crônicas 14:14,15, para “Amoreira” (ARA – Almeida Revista e Atualizada, por exemplo). Alguns intérpretes preferem pensar no bálsamo, no álamo, ou na faia, ao passo que outros nem aceitam que se tratasse de uma árvore. A referência, pois, permanece obscura, embora deve-se pensar em alguma espécie vegetal, nessas duas referências.
Sobre o vale de baca ( עֵמֶק הַבָּכָא) , mais propriamente, como vimos a palavra “Baca” não aparece em algumas traduções em língua portuguesa e, acaba sendo traduzida pelo adjetivo “árido”. Os tradutores têm pensado que a palavra hebraica Baca é alusão a alguma espécie de árvore, que teria dado nome ao vale, por ser ali abundante.
Porém, se tal palavra realmente significa “pranto”, então não teríamos de pensar em algum vale literal, mas apenas em um estado de tristeza. Nesse caso o salmista, estando no exílio, ou, pelo menos, longe de sua pátria (dependendo das circunstâncias em que o Salmo 84 foi escrito, único lugar onde há menção a esse vale), alude à tristeza de não poder contemplar Jerusalém, o que era privilégio de outros. Mas, se realmente há referência a uma árvore, e, portanto, a um vale literal, então o mais provável é que esteja em foco o bálsamo, que expelia uma goma, o que poderia ser comparado ao “pranto”.
Alguns estudiosos, diante das dificuldades, preferem substituir a palavra hebraica “hibbika’ pelo que diz o texto massorético, “habbaka”, que significa “fluxo”. Nesse caso, teríamos uma metáfora de alegria e plenitude, porquanto estaria em pauta um vale que flui água, por ter muitas fontes, um lugar que falava em prosperidade.
Por: Ricardo Moreira Braz do Nascimento
Fonte:
O Antigo Testamento interpretado, R. N Champlin. Editora Hagnos
Obrigado, foi muito proveitoso.
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