Certamente você sabe que existe a Igreja Católica e não será novidade se você ouvir Igreja Católica Romana. Outros também conhecem a Igreja Ortodoxa Grega, mas certamente é uma novidade para alguns.
Portanto saiba que existem mesmo estas duas igrejas, a saber a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Grega; Hoje elas possuem histórias separadas, mas elas foram uma igreja única até 1054 d.C. Neste breve artigo você conhecerá a Igreja Ortodoxa Copta.
A Igreja Copta é essencialmente a igreja remanescente do antigo patriarcado de Alexandria, dos tempos em que a cristandade possuía cinco (05) grandes liderança, a saber Jerusalém, Alexandria, Roma, Antioquia e Constantinopla. A Igreja Ortodoxa Copta é uma das igrejas cristãs mais antigas do mundo e a maior do nordeste da África e também a maior do Oriente Médio. Em todo o mundo existem cerca de 16 milhões de cristãos coptas.
Esta igreja é liderada pelo papa de Alexandria (os bispos de Alexandria assumem o título de “papa” desde o século III). O papa de Alexandria é sucessor de São Marcos, que segundo a tradição Copta, foi o primeiro bispo da cidade no ano 42 d.C. Por isso seu nome oficial é Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria. A escolha do papa é feita por um sorteio, em que uma criança de olhos vendados retira o nome de uma urna que contém os nomes dos bispos em condições de serem escolhidos.
A disciplina em relação ao celibato é semelhante à Igreja Ortodoxa Grega e Eslava. Assim, é possível que homens casados sejam ordenados padres, mas os bispos precisam ser obrigatoriamente celibatários.
Na igreja egípcia podemos nela identificar quatro grupos: 1. Monofisitas; 2. Melquitas; 3. Orientais; e 4 Etíope. O título de igreja copta só é usado com propriedade em relação ao primeiro desses quatro grupos (Os Monofisitas). Embora a Igreja Copta seja geralmente incluída no ramo das igrejas ortodoxas orientais, na verdade ela é, diferentemente das outras, monofisista. Sua diferença surgiu nos debates cristológicos do século V, que vieram à tona no Concílio de Calcedônia, em 451.
As conclusões daquele concílio não foram aceitas pela igreja copta. A visão monofisista é a de que em Cristo há somente uma natureza, divino-humana. Os coptas rejeitam a posição extrema de Eutiques (ou Êutico 378-454 d.C.), mas subscrevem a fórmula, atribuída a Cirilo de Alexandria, da “natureza única do Verbo encarnado”. O monofisismo é, na verdade, periférico à teologia copta, podendo sua aceitação dessa visão ser atribuída basicamente ao orgulho nacional, certamente ferido pela deposição e banimento de seu patriarca, Dióscoro (454) em Calcedônia, assim como à religião tradicional do Egito, que condicionou o pensamento egípcio à unidade divino-humana e à influência da filosofia. A igreja copta reconhece, porém, as formulações dos concílios de Niceia, Constantinopla e Éfeso.
A igreja atua por meio de três ordens de clérigos: o diaconato, o sacerdócio e o episcopado. Em tese, no entanto, considera-se que o laicato age com o clero na realização da liturgia e dos sacramentos. O patriarca copta é um monge, o que reflete a importância histórica do monasticismo, tido como originario no Egito com Antônio (c. 251-356) e Pacômio (c. 287-346). O monasticismo, todavia, exerce papel menor na igreja copta contemporânea.
A Igreja Copta possui sete sacramentos, e neste artigo não haverá nenhuma ênfase sobre eles. É praticado o batismo infantil, seguido de unção com óleo consagrado (crisma) e a confirmação. A comunhão é tomada pelo clero com ambos os elementos, mas o laicato, mais comumente, toma apenas um dos elementos. A doutrina copta a respeito da presença divina no pão e no vinho corresponde, de modo geral, ao que quer dizer o termo cristão ocidental “transubstanciação”. As ordenações de sacerdócio são as dos ministérios referidos anteriormente. À confissão, segue-se a penitência.
Quanto ao casamento, é teoricamente considerado indissolúvel, embora com uma visão modificada por um a referência à eternidade sacramental do relacionamento. A unção do enfermo é o sétimo sacramento. A liturgia copta é muito rica, empregando língua copta ou árabe. Lecionários das Escrituras são amplamente usados, como também as synaxaria, vidas dos santos, relacionadas ao calendário da igreja. O jejum é amplamente praticado.
Por: Ricardo Moreira Braz do Nascimento
Bibliografia
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Ferguson, Sinclair B. Novo dicionário de teologia / Sinclair B. Ferguson, David F. Wright. - São Paulo : Hagnos, 2009.
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