Meu avô sempre criticou aquele que “inventa moda”. Sertanejo que era, certamente meu avô não estava falando daqueles que produzem moda (estilistas), mas sim do comportamento daqueles que se perdiam em teorias, falas dramáticas e hábitos nada produtivos que pretendiam apenas chamar a atenção; o que ela chamava de “inventar moda”. São hábitos fora de contexto e que não trariam nenhum ganho a seus adeptos. Isto resume o “inventar moda”, para um simples sertanejo do interior de Goiás.
No dia a dia da igreja eu também observo este inventar moda na criação de hábitos e até doutrinas no meio da igreja. Na maioria das vezes com apelo de “nova revelação”, “novo mover”, “estilo”. E tudo isto para nos convidando à adesão a tal pratica e mudar a nossa rotina cristã.
Para ficar em um único exemplo me lembro que por volta do ano 2.000 as bandas não faziam “show”, afinal show era coisa do mundo. Eles faziam “Conferência de louvor e adoração”, “Encontro de Adoradores”, “Caravana de Avivamento”, etc. Mas na prática era o bom e velho show com direito a palco, iluminação, gritos, solos de instrumentos musicais, cantores com roupas extravagantes e até dançarinos para alguma performance; e lá estavam os cantores gospel inventando moda.
E então vejo outra moda sendo inventada. A moda de abandonar as raízes e tradição cristã, para adotar um tipo de judaísmo tupiniquim, que nada mais tem a oferecer senão uma série de palavras e expressões hebraicas para substituir as palavras já devidamente traduzidas e empregadas em toda a cristandade. Esta atitude me faz lembrar dos palestrantes motivacionais em suas palestras Coaching quando te enchem de: jobs, business, gaps, calls, meeting, coffee break e inúmeras outras palavas do dicionário de inglês da escola.
Quando pergunto sobre tanta preocupação com o judaísmo, eles apenas respondem que este é o “ensino do Eterno”, que “Yesuah falava assim”, ou que só estão seguindo o ensino do Tanakh e por ai vai.
O objetivo desta breve reflexão é chamar sua atenção a cerca deste comportamento nada produtivo para o evangelho, seja na pregação (aos ainda não convertidos), seja no discipulado (aos convertidos). Em outro momento vou produzir um estudo sobre a judaização da igreja e analisar o assunto em amplos aspectos. Por enquanto quero apenas que pense na seguinte pergunta: Será que Jesus, se vivesse hoje, estaria pregando pelas ruas usando nosso idioma, com termos simples para falar do reino de Deus, ou por acaso estaria ele profundamente preocupado em chamar de Deus de “Javé”, “D’us” ou mesmo de: “O Eterno”?
Será mesmo que Jesus estaria tão preocupado em sair por aí falando de Tanakh, Nebiim e Ketuvim, enquanto usa Kipá e Mezuzá, para só depois dizer: “…Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mateus 4:17)?
Por: Ricardo Moreira Braz do Nascimento
Deixe um comentário