Nicodemos e Arimateia, os discretos discípulos de Jesus

Jesus possuía seus 12 discípulos, que mais tarde seriam chamados de apóstolos. Com a traição e consequente suicídio de Judas Iscariotes, os apóstolos elegem Matias (Atos 1:26) para assumir a “décima segunda cadeira”. Mais tarde Paulo é chamado para o ministério e agora temos 13 apóstolos (Romanos 1:1; 1 Coríntios 15:8).

Mas Jesus tinha muitos outros seguidores, e não apenas os apóstolos, que publica e diariamente o seguiam. Veja Mateus 20:29, Marcos 2:13, Lucas 7:11 e João 6:2. Entre estes discípulos, dois são discretos porem muito importantes para a história. Estes são Nicodemos, que preferiu conhecer Jesus na calada da noite (João 3:2) e José de Arimateia (Mateus 27:57) que tinha medo dos judeus.

Nicodemos é um fariseu mencionado apenas no evangelho de João, membro do sinédrio, que visitou Jesus à noite (João 3) e não conseguiu compreender as metáforas espirituais de Jesus. José de Arimateia é outro discípulo “secreto”, membro do sinédrio judaico, mas que forneceu um túmulo e linho para o sepultamento de Jesus. Digo que estes eram discretos porque não declaram publicamente sua fé, não eram do “fá clube de Jesus” por assim dizer.

Porém quando Jesus foi crucificado, aqueles que o seguiam bem de perto fugiram (Mateus 26:56 / Marcos 14:59), mas foram os discretos e aparentemente distantes Nicodemos e José de Arimateia que estavam lá na hora da morte. Em João 7.50 Nicodemos protesta por Jesus estar sendo condenado sem julgamento. Enquanto os demais discípulos fugiram, foram estes (já ouvi muitos pregadores os chamarem de medrosos e sem fé) que resgataram o corpo de Jesus para então oferecer um sepultamento digno. (Marcos 15:43, João 19:38).

Jesus não menosprezou Nicodemos e José de Arimateia em virtude do seu aparente distanciamento, pois sabia que na hora certa eles seriam corajosos e fariam mais que todos os outros. Talvez você não tenha uma posição de destaque, mas guarde em seu coração a fé e lealdade a Deus. Na hora certa você terá sua oportunidade.

Por: Ricardo Moreira Braz do Nascimento